A vaca de cheiro não morre na Índia, nem mora no céu porque eu fui primeiro. E por ter lá ido, cobri o teu fel de demoras e berços. Subi com demãos de flor púrpura em cima, sorvi o que usas na China e fui verdadeiro. Druida de vida e enleios, cheguei ao teu reino com pós de galinha, e fui no teu furto, mordido em aceios. Fui no ribeiro, vogando de branco e ombros de frio, que tudo o que mentes é limpo, e por ser tão brinco e cadeia, embarca dez voltas no rio. Importa que sejas tão grito, tão cheio o delito, que fazes de mim pão alheio. Porque, nesta quimera volvida, fui mais que perfeito, e fui o primeiro, sem grão de defeito, sem mãos e sem cheiro de vaca nascida, sem disposição p’ra ser ida, sem hino de Verão, sem nada que corte o teu braço de ferida.

 

Devora-me ao longe, onde se faz breu no consenso. Ignora o meu nome por míseros dias. A vaca de cheiro não morre, por ter onze graças esguias, por ler em regaços de virgem. A vaca de cheiro não morre. Não morre por ser teu abraço primeiro.