Sei bem que aqui não há risco d’arder o murmúrio, por falta d’enfado. Sei bem que a caixa é redonda, e fui encontrá-la num fundo tugúrio. E fui adorná-la de fruta no brado marinho, das fragas mais doces, do verde mais primo do meu azevinho.

Embora já arda a notícia do mago que espreita, és flor buliçosa e irrompes na rocha desfeita. Irrompes e falas do ouro que sopra do norte, de onde nem sabes o quanto nasceste, por ser esta mão teu parco tesouro. Mas foste tão crua no braço que deste, que deixas de ser a princesa só tua, agora que cai o teu sol no nascente.

Agora que vai ser nativo o sono dormente, durmamos, polidos, no pó da redoma. Façamos os vidros durar em deleite, e nunca quebrando os laços do ninho. Levados em ombros, não falham os firmes: não ralham, de nós novelados, a quem foi aceite. Não ousam negar nem uma só pena ao peito em que urge o carinho.